quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Geração Y é mesmo mimada?

Muito se fala sobre a Geração Y, todos os dias novos artigos aparecem na rede sobre este assunto, alguns falam bem, outros nem tanto.
De fato alguns pontos devem ser levados em consideração, não tem como negar a ascenção rápida desta geração, também não tem como negar que se faz muito “barulho” em cima deste assunto e de certa forma falta-se com respeito às gerações passadas.
Do fim da década de 40 até hoje temos quatro gerações, os “tradicionais” (nascidos até 1945), os “baby boomers” (entre 1946 e 1963), a “Geração X” (entre 1964 e 1979) e, a famosa “Geração Y” (entre 1983 e 1994).
De acordo com pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência e divulgada na Revista HSM Eletrônica no. 57, os filhos da Geração Tradicional eram dedicados, cultuavam uma perspectiva essencialmente prática e mantinham profundo respeito diante da autoridade. A liderança se dava por hierarquia e dentro dela reinava um imenso espírito de sacrifício. Pense nos seus pais, avós e bisavós, recém-libertados de um período de guerra, autoritarismo e escravidão, muitos deles imigrantes, expulsos de sua terra natal. Boa parte deles é fruto da Grande Depressão de 1929 que destruiu fortunas imensas no mundo inteiro e agravou ainda mais a situação do Terceiro Mundo.
A Geração Baby Boomers é a geração nascida no pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), a qual, salvo raras exceções, mantinha uma perspectiva otimista e uma profunda ética profissional, porém a postura diante da autoridade era uma relação de amor e ódio. A liderança se dava por consenso e apresentava um grande espírito de automotivação, apesar das incertezas. Esse conceito não é tão amplo para nós quanto é para os americanos, japoneses, ingleses e alemães, entre outros, que viveram o período difícil, antes e depois da Segunda Guerra.
A Geração X, apesar de possuir uma ética profissional equilibrada, é a que mantém uma perspectiva cética e uma postura desinteressada diante da autoridade. Para os profissionais da Geração X, a liderança é fruto da competência e, segundo a pesquisa, pesa sobre eles um espírito de anticompromisso diante da realidade. Atualmente, a Geração X ainda domina a hierarquia na maioria das organizações. Trata-se de uma geração que também é fruto do Mito da Tecnologia e da Modernidade, a qual, diferente das gerações anteriores, teve acesso a novos mercados, a novas línguas e a tecnologia após a década de 1980.
A nova geração abrange os nascidos nos anos 80 e 90. Os mais velhos estão chegando aos 25; os mais jovens acabam de sair da adolescência. Trata-se de uma geração de filhos desejados e protegidos por uma sociedade preocupada com sua segurança. As crianças Y são alegres, seguras de si e cheias de energia. É a geração dos Power Rangers e da internet, da variedade, das tecnologias que mudam contínua e vertiginosamente.
A Geração Y só conhece a democracia, e as histórias sobre a transição, na Espanha, da ditadura para o estado atual [o que se aplica perfeitamente ao Brasil] começam a lhe soar como batalhas de seus pais. Não deixam de se surpreender com o fato de que a geração anterior tenha sobrevivido sob a tirania de poucas redes de televisão, sob controle governamental estrito, e com telefones pregados na parede. Possivelmente a velocidade das mudanças vividas pela geração Y, ao lado de importantes transformações sofridas por seus pais, introduziu um salto qualitativo que os Y ainda estão digerindo (e que deixa perdidos os X, seus pais e praticamente seus criadores). É indigesto para um X ouvir de um Y que recusou uma oferta de trabalho com alto salário porque esta não lhe permitiria desfrutar a vida pessoal.
Na geração Y não ocorreu uma ruptura social evidente; não houve Woodstock nem maio de 1968. Os Y são silenciosos e contundentes, parecem saber exatamente o que querem. Eles não reivindicam: executam a partir de suas decisões, dos blogs e dos SMS. Não polemizam nem pedem autorização: agem. Enquanto os X enfrentam o mundo profissional com relativo ceticismo, os Y adotam uma visão mais esperançosa. Seu alto nível de formação os torna mais decididos. Sua atitude diante da hierarquia é cortês, mas não de estrito respeito ou amor/ódio, como a das gerações anteriores.
Outra diferença importante: se as gerações anteriores se caracterizavam por receber as mensagens, as modas, a música de modo uniforme, a Y, ao contrário, destaca-se pela diversidade. Não que a geração Y não tenha nenhuma tribo ou subgrupo. Ela tem, sim. É a elite urbana, que, de alguma forma, cristaliza seus valores e estilos de vida: são os CBP (cosmopolitan business people, ou pessoas de negócios cosmopolitas). A globalização está criando um coletivo social transversal, situado em todo o mundo (ou quase todo), com traços homogêneos, independentemente da origem cultural, racial ou geográfica. Características comuns diferenciam essa tribo de outros coletivos. Entre as mais significativas estão:

- Costumam conhecer vários idiomas. Concretamente, seu inglês é fluente, mesmo não sendo sua língua materna.

- Seu nível de educação é alto. Têm pós-graduação (MBA ou mestrado) ou especialização em alguma instituição de ensino superior de prestígio.

- De idade mediana, poderiam se manter CBP a vida toda, apesar de ser possível que até os 50 anos variem suas metas e objetivos vitais.

- São solteiros ou casados com poucos filhos. Às vezes o casal também é um CBP. Suas famílias tendem à instabilidade.

- A rede de amizades e conhecidos está distribuída por todo o mundo ou em região ampla.

- Raça, nacionalidade e religião são secundárias. Os laços profissionais ou de gostos pessoais é que contam.

- No mercado de trabalho, possuem experiências multinacionais, facilitadas pela educação e pelo nomadismo profissional. Suas raízes geográficas são fracas e não limitam sua mobilidade.

- Têm gostos variados, em que sobressaem os esportes, as artes, a leitura e, sobretudo, as viagens.

- O manejo das novas tecnologias é inerente a seu cotidiano –tanto profissional como pessoal.

- Buscam carreiras brilhantes, altos salários e adoram os headhunters e as multinacionais.


Este ano a HSM abriu espaço para palestras e discussões sobre o tema durante os três dias da renomada HSM EXPOMAGEMENT.
A primeira palestra foi a “Teenagers: quantos são, quanto gastam e o que pensam”, ministrada por Jorge Kodja, diretor da TNS Research Internacional, o professor Luli Radfahrer apresentou a palestra mais concorrida e a mais polêmica de todas, “A Geração Y está muito mimada”, Luli colocou frases como, “Internet não é evolução. É retomada. É meramente um espelho do que acontece na sociedade, vide redes sociais, livrarias, lojas” e “A Geração Y está vendo TV”.
Ainda passaram pessoas como Bruna Dias, gerente de orientação de carreira da Cia de Talentos, Fábio Siqueira, gerente de contas da Edelman Brasil e Cláudio Garcia, presidente da DBM Brasil.


O debate está aberto: A Geração Y incomoda?

A evolução parece incomodar pessoas habituadas com uma visão central, foi assim na era da máquina da escrever e com os computadores, algumas pessoas simplesmente se recusam a evoluir.
Hoje o mundo é muito dinâmico, sente-se um tremor na Nova Zelândia e esta notícia chega ao Brasil em questão de minutos, há uma década o cenário era outro, a notícia demorava a ser veiculada e a apuração dos fatos mais ainda.
Vivemos na era digital, evoluímos e isso é fato, viver sem a internet hoje é voltar no tempo.
A Geração Y domina esse meio, nasceu na era dos botões e vive a morte dos fios, é antenada a tudo o que acontece no mundo e é formadora de opinião.
Mas todos os “Y” são assim? Sim.
É por este motivo que temos os conflitos de gerações e os ataques verbais são cada vez mais corriqueiros.
A X chama a Y de mimada, prepotente e autossuficiente, por sua vez a Y chama a X de ultrapassada, arcaica e velha.
Falta o respeito à evolução e também falta o respeito aqueles que ajudaram a construir o patrimônio que temos hoje, falta a Y respeitar que a X ainda está nos postos mais altos, falta a X respeitar que este quadro é questão de tempo, ora, nos E.U.A 31% DOS trabalhadores são Y e 18% já ocupa cargos de chefia.
Respeito é a palavra fundamental, até mesmo porque em questão de anos a Y será dominada pela Geração Z, sim, eles já estão no mundo!

Um comentário:

  1. Sabe de uma coisa? Sou da geração "baby boomer", e tenho tentado me adaptar aos "tempos modernos" (entre aspas porque me lembrou o filme de Chaplin de 1930 e alguma coisa)- passou na tv recentemennte.Acho que não se deve dividir as pessoas em categorias como se fosse gado. Pessoas são apenas pessoas e os costumes mudam com o tempo. Se para melhor ou pior, isso é outra coisa,né?
    Gostei muito de seu blog e ja sou seguidor.Se quiser de uma olhadinha no meu, se bem que meu foco seja outro,

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